Dos métodos de avaliação da gordura
corporal mais usados em adultos, as medidas antropométricas são as mais
aplicadas na prática clínica.
Elas auxiliam na graduação da adiposidade, no
acompanhamento das mudanças na composição corporal durante o tratamento e
classificam a distribuição de gordura em central ou periférica, além de poderem
ser utilizadas em estudos epidemiológicos (MATOS, 2002). Na antropometria são realizadas
as medidas de peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferências de cintura e quadril,
relação cintura-quadril(RCQ) e pregas cutâneas.
IMC - é um índice utilizado como indicador do
estado nutricional em estudos epidemiológicos,apesar de não indicar a
composição corporal (ANJOS,1992); é calculado através da divisão do peso
corporal (em quilogramas) pela estatura (em metros) ao quadrado. É de fácil
mensuração, apresenta uma grande disponibilidade de dados e relação com
morbi-mortalidade. À medida que o IMC
aumenta, o mesmo ocorre com o risco do desenvolvimento das co-morbidades da
obesidade, entre elas diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica,
dislipidemia, gota e doenças
osteoarticulares.
Veja a tabela.
Há alguns problemas em usar o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso. Poe exemplo, pessoas musculosas podem ter um Índice de Massa Corporal alto e não serem gordas. O IMC também não é aplicado em crianças e mulheres gestantes. Em crianças pode e deve-se utilizar tabelas especiais para cada idade, como por exemplo a tabela abaixo:
RCQ- A relação cintura-quadril é calculada
dividindo-se a medida da circunferência da cintura em centímetros pela medida
da circunferência do quadril em centímetros. A relação entre a cintura e o
quadril (RCQ), é um excelente meio para identificar a existência do risco
aumentado para doenças cardiovasculares e hipertensão arterial.
O ponto de
corte para risco cardiovascular é menor que 0,85 para mulheres e 0,90 para
homens. Estudos científicos provaram que uma grande concentração da gordura
abdominal (próxima ao coração), mesmo sem considerar o grau de obesidade, é um
factor de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas.
Precisamos entender ainda a relação da
distribuição da gordura segundo as regiões anatômicas e proporções hormonais.
Trataremos dos tipos de acúmulo de gordura ginecóide (mulheres são mais
acometidas) e andróide (homens mais acometidos).
Gordura Ginecóide
Deve-se à influência dos estrógenos,
caracterizando-se por acúmulo de gordura na metade inferior do corpo, quadril,
glúteo e coxa proximal. Uma das características que mais acompanham esse tipo
de acúmulo de gordura é a celulite que é conhecida na comunidade médica como
Lipodistrofia Ginóide.
Após a puberdade a mulher começa a
produzir estrogênio em maior quantidade, aumentando a retenção de líquidos e
resultando em maior concentração de gorduras naqueles locais. Diante de um
processo extremo essas células de gordura comprimem os vasos sangüíneos,
alterando a elastina e o colágeno e modificando a estrutura da superfície da
pele.
Essa situação, associada a outras
como: acúmulo localizado de gordura, flacidez muscular, varizes, microvarizes,
estrias... afetam muitas pessoas do sexo feminino no que diz respeito à sua
beleza e tipificam claramente a gordura ginecóide.
Gordura Andróide
Sofre a influência da testosterona e
corticóides, caracterizada pela deposição de gordura na região central do
corpo, abdomem, tronco, cintura e pescoço. Alguns pesquisadores defendem a
idéia de que esse tipo de acúmulo gordura é um bom parâmetro para se determinar
a gordura visceral. Índices como a circunferência da cintura sozinha ou em
relação com o quadril (RCQ – relação cintura-quadril) são utilizados para se
determinar se o indivíduo está ou não acima do que é considerado adequado em
termos de saúde, pois existe uma forte ligação entre doenças
crônico-degenerativas, (ex: hiperlipidemias, diabetes, hipertensão arterial e
outras) e o acúmulo de gordura na região intra-abdominal.
Doenças ligadas a obesidade
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